quinta-feira, 23 de abril de 2015

A PNL de 3ª geração e a criação de Campo

Muito se tem falado nos últimos tempos da PNL de 3ª geração. É frequente que nos meus cursos, os meus “praticantes” me abordem e questionem sobre o que é isto de PNL de 3ª Geração.

Aqui fica uma explicação, que eu espero que seja simples, daquilo que, acredito, traduz um passo quântico no desenvolvimento de uma prática de vida verdadeiramente transformadora.

Vejamos porque é que a PNL é tão importante não só para as pessoas que se envolvem activamente no seu desenvolvimento pessoal, mas também para as organizações, equipas de trabalho, líderes, políticos, opinion makers, pais e educadores, formadores, terapeutas, coachs, etc. 

Com a 3ª geração da PNL vamos mais fundo, a partir do nosso cerne e em direcção ao cerne de uma sociedade mais equilibrada e saudável.

Comecemos pelo princípio.

A infância … PNL de 1ª Geração

A 1ª Geração da PNL representa os seus primeiros passos, nos anos 70, quando 3 figuras aparentemente muito distintas se juntaram para criar algo absolutamente novo e revigorante. Estávamos então na ápoca do Flower Power e a sociedade queria novas respostas para as suas inquietações.

Falamos de Richard Bandler, John Grinder e de Frank Pucelik, uma figura que quero ajudar a ressuscitar para a história, já que esteve décadas à sombra, por dissidências que não importa agora esmiuçar. Felizmente, reassumiu recentemente o seu devido lugar na co-fundação da PNL e podemos também a ele agradecer, ainda que silenciosamente.

Na sua infância, a PNL tinha como objectivo a modelagem de comportamentos e capacidades de excelência, estando por isso inteiramente voltada para uma esfera individual de actuação. Aos comandos, estava a mente cognitiva. Para isso, foi beber influências a nomes grandes como o Dr. Milton Erikson, “pai” da Hipnoterapia moderna; Virgínia Satir, “mãe” da Terapia Sistémica e uma conceituadíssima especialista em Terapia Familiar; Fritz Perls, um nome incontornável da Gestalt e Gregory Bateson, pensador sistémico e epistemólogo da comunicação, entre outros.

A adolescência…. PNL de 2ª Geração

A entrada na 2ª geração da PNL dá-se em meados dos anos 1980. Nesta fase, a PNL expande o seu campo de actuação e debruça-se sobre questões que extravasam a intervenção terapêutica. Sai da esfera mental e entra profundamente na esfera somática.

Para além da mente, o que é que o corpo também nos diz?

Graças às descobertas feitas com os trabalhos em torno da modelagem, foram criadas as condições para desbravar outros campos e é aqui que se começam a estudar as aplicações práticas da PNL nas mais variadas áreas da vida das sociedades: ensino, saúde, desporto, vendas, atendimento e relação com o cliente, negociação, motivação, liderança, alinhamento de equipas.

Ainda persiste um foco muito claro nos indivíduos, mas agora já contam muito mais as dinâmicas que estes estabelecem uns com os outros, dentro de um mesmo sistema.

Entram em cena outros nomes grandes da história da PNL: Robert Dilts, Judith DeLozier, David Gordon, Steve Andreas, Connirae Andreas e muitos outros. Criam-se novas técnicas, mais refinadas, mais diferenciadoras e diferenciadas.

Tad James traz-nos a sua extraordinária Linha do Tempo; Gregory Bateson revoluciona tudo com a introdução das Posições Perceptivas; Richard Bandler, que também era músico, começa por descobrir as submodalidades auditivas, mas depressa evolui para as cinestésicas. Por todo o lado surgem novos conceitos, experiências, descobertas. A PNL explode e somam-se adeptos, rendidos aos seus benefícios.

A maturidade da idade adulta …. 3ª Geração da PNL

A partir dos anos 90 começa a falar-se na 3ª Geração da PNL. Com o desenvolvimento desta disciplina, e a vinda de inúmeros outras figuras e fontes de influência, a PNL alastra pelo mundo, cria raízes cada vez mais fortes e entra em campos de actuação gradualmente mais sistémicos.

Na sua idade adulta, a PNL já não opera simplesmente ao nível dos comportamentos e das capacidades, próprios da 1ª; já não se fica pelas crenças, valores e meta-programas mentais, tão caras à 2ª. Vai mais longe e mais fundo. O seu foco agora é o da identidade, missão, propósito maior.

“Quem somos? Qual é o nosso papel no Mundo? O que nos Transcende? Que obra queremos deixar feita?”

Robert Dilts, um dos vultos mais importantes pelo seu generoso contributo a esta arte e ciência, ao abordar o Campo Unificado, criou condições para uma análise mais profunda dos Níveis Neurológicos e para o aprimoramento de um contexto favorável ao desenvolvimento do Todos e não apenas do “Mim”, do “Ti” ou do “Eles”.
 
Já não é só a mente cognitiva da 1ª geração, ou a mente somática da 2ª que estão em causa. A vida, o equilíbrio, a autorregulação e auto-organização do sistema, o campo energético que criamos e no qual estamos inseridos passam a ser a razão de ser dos novos seguidores. O conceito de Quarta Posição Perceptiva, o “Nós” do Campo, vem para se afirmar e ficar. O que se pretende nesta nova etapa de vida da PNL é uma qualidade maior na presença e conexão, no relacionamento e na criação de sinergias de todos os elementos dos vários sistemas que nos rodeiam.

Robert Dilts, o grande impulsionador desta mudança de paradigma, defende que a sabedoria necessária para a mudança já existe dentro dos Sistemas. O que temos é que a catalisar através da criação de um contexto adequado. Eu estou nesta onda e acredito que o futuro da Humanidade passa por aqui. A PNL cria pessoas mais felizes. Mais congruentes. Mais presentes e conectadas ao Todo e mais ecológicas também na sua ligação a si próprias.

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