Estou certa de que já todos
ouvimos falar de histórias como estas:
Fulano de tal é, finalmente,
convidado para falar publicamente sobre um tema que até lhe interessa e muito
divulgar, mas, inexplicavelmente, perde a voz, fica doente ou tem uma quebra de
tensão que o impede de subir ao palco;
Sicrano sabe muito bem que aquilo
que continuamente faz não funciona e até lhe traz doses maciças de dissabores,
mas insiste em… persistir …. Impedindo-se de mudar de rumo, para espanto de
todos aqueles que o rodeiam;
Beltrana sente-se mal, está
doente e apresenta sintomas que a obrigam a um tratamento prolongado. Apesar
das melhoras graduais que o seu caso regista, sempre que está com os amigos
desfia um interminável rosário de desgraças e escalpeliza os incómodos que
sente, em vez de ir prestando atenção ao que se vai alinhando e harmonizando no
seu corpo.
A lista de ocorrências desta
natureza poderia continuar indefinidamente. Estariam nela também as inúmeras
situações em que alguém que aparentemente até defende um postulado, a seguir apaga
tudo ao acrescentar um demolidor… “pois, está
bem, mas...”
O que estará por detrás deste(s)
comportamento(s)?
Quanto haverá de auto-sabotagem
neste processo?
Até que ponto estamos conscientes
de que o fazemos contra nós?
O que nos mantém na vivência
contínua deste drama? Muitas vezes, os ganhos secundários, que nem sempre são
conscientes para nós e nos causam grandes atrapalhações.
Podemos não subir ao palco para
ouvir os aplausos que receberíamos depois da palestra; “escolhemos” continuar a
colher o que não desejamos; expomo-nos a estados de doença mais penosos e
prolongados do que o que seria eventualmente necessário porque, apesar disso,
do outro lado da balança, está algo que valorizamos e tem um peso ainda maior.
Os tais ganhos podem ser aspectos como: a atenção que nos dispensam; o carinho
que nos oferecem em solidariedade pelo nosso infortúnio; a companhia que nos
fazem, a pena que de nós sentem, a segurança, o conforto pessoal, o não termos
que arriscar mudar e sair da nossa zona de conforto.
Enfim. Uma coisa é certa. Os tais
ganhos não deveriam merecer este nome, porque na verdade o que fazem é limitar,
na maior parte das vezes, o desenvolvimento do nosso potencial. Porque nos
retiram poder pessoal, capacidade de intervenção, presença. Porque nos apagam e
nos reduzem. E nos trazem mais do que não queremos ter.
Com a prática da PNL no nosso
quotidiano, há um convite à expansão desses limites auto-impostos. Em vez de
sermos meros observadores, passivos e muitas vezes pessimistas daquilo que nos
acontece, aprendemos a ser intervenientes e protagonistas das nossas realidades.
Saímos do Efeito para entrarmos na Causa e com isso aumentamos o impacto da
nossa passagem pelo Mundo. Somos beneficiados e beneficiamos os outros.
Arriscamos outros voos!