terça-feira, 5 de maio de 2015

A PNL na Alfabetização Emocional



Tornou-se finalmente consensual que existem outras formas de Inteligência para além da verbal e da lógico-matemática, puramente racional. Ser inteligente abrange muito mais do que aquilo o que é saber calcular, contar, escrever, relatar. O QI de Alfred Binet e Lewis Terman estava direccionado basicamente para estas duas competências muito específicas, deixando tudo o resto de fora.

Depois de séculos de formatação mental nesta direcção, as pessoas renderam-se à evidência de que as emoções representam um aspecto importantíssimo das suas vidas e do seu potencial por explorar.

Neste afã de racionalizar todo o comportamento, as emoções sempre foram vistas como visitantes incómodas, nocivas, perigosas, muitas vezes até mesmo vergonhosas, e por isso mesmo alvos a reprimir severamente. Das famílias às organizações mais produtivas, até há algumas décadas atrás, quanto mais frias, racionais, lógicas e cerebrais fossem as pessoas, mais se aproximavam do ideal vigente.

Os pais ensinavam aos seus filhos, sobretudo se fossem homens, que chorar era uma fraqueza; para as empresas, os problemas dos seus colaboradores tinham que ficar fora de portas, como se fosse realmente possível compartimentar desta forma a natureza humana. 

Já na passagem do século XIX para o século XX, Sigmund Freud atirou uma pedrada no charco ao afirmar que a consciência era muito mais abrangente do que aquilo que se imaginava e que o que as pessoas deixavam vir à tona era apenas a ponta de um enorme iceberg, estando grande parte da nossa verdadeira essência mergulhada nas águas profundas do inconsciente.

Nos anos 30, Wilhelm Reich veio denunciar a repressão da energia sexual como uma poderosa forma de exercer controlo social. Repressão essa com consequências graves para a fruição do prazer e qualidade de vida do indivíduo; com custos elevados para o seu desenvolvimento harmonioso.

Mais tarde, Howard Gardner introduz o conceito de Inteligências Múltiplas e vem propor a existência de 7 tipos distintos: a matemática, a linguístico-verbal, a visual-espacial, a musical, a intrapessoal, a interpessoal e a cinestésico-corporal.

Posteriormente, a lista cresce com a chegada de duas novas categorias: a inteligência existencial e a naturalista.

Daniel Goleman, pai da Inteligência Emocional, surge já no último quarto do século XX e apresenta-a como a “capacidade de ler os nossos sentimentos, de controlar os nossos impulsos, de ponderar, de escutar o outro, de manter a calma e o optimismo quando confrontados com provações”. 

Pilares como a autoconsciência, o auto-controlo, a gestão das próprias emoções e a capacidade de recuperar de um revés, bem como a empatia e a motivação, são ingredientes fundamentais ao alfabeto emocional.
Especialistas como Claus Moller defendem que o nosso sucesso pessoal é ditado apenas em cerca de 20% pelas 2 formas de inteligência que imperaram durante séculos.

No novo paradigma económico, político e social em que todos vivemos, as pessoas precisam de ser muito mais do que bons técnicos nas suas áreas.

A PNL tem um papel muito importante neste processo de alfabetização emocional das sociedades. Ao oferecer as ferramentas que ampliam os recursos e as competências pessoais nestas áreas, permite, a quem a pratica, assumir os comandos da sua vida.

Em poucas palavras: tira-nos do Efeito, coloca-nos na Causa e faz de nós co-autores das nossas realidades. Com responsabilidade, flexibilidade, resiliência, aumentando a nossa capacidade de escolha.

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