segunda-feira, 4 de maio de 2015

PNL e qualidade de presença no "aqui" e no "agora"


Ouvimos falar, hoje em dia, na qualidade da nossa presença, no sermos capazes de estar ancorados realmente no “aqui" e no "agora”. Um dos interessantes campos de actuação da PNL passa exactamente por nos ajudar a sermos capazes de estar em estado, ou seja, centrados em nós próprios e ao mesmo tempo conectados com o que nos envolve. Presentes. Enraizados. Vivos. Alerta e em equilíbrio.

Como seres gregários que somos, precisamos dessa conexão, dessa sensação de pertença ao Todo. Até do ponto de vista da nossa saúde física essa necessidade está comprovada.

Sem querer obviamente retirar importância, que é imensa, às novas tecnologias e ao impacto positivo que têm nas nossas vidas, nos nossos resultados e no aumento do nosso conhecimento, é curioso notar a forma tirânica como têm vindo a ocupar a atenção constante de muitos de nós. Até já não restar, muitas vezes, mais nada.

À mesa dos cafés, durante jantares de família, no decurso de reuniões de trabalho, em sessões de formação ligadas ao relacionamento interpessoal e à comunicação efectiva, o que é irónico e paradoxal, enfim, em todo o lado, é cada vez mais vulgar vermos pessoas em estado de paixão assolapada pelos seus pequenos écrans, alheadas dos seus acompanhantes humanos, que por sua vez estão igualmente apaixonados pelos seus próprios aparelhos. É como se o mundo todo estivesse encapsulado no pequeno quadrado luminoso e nada mais importasse. 

Mais do que os rostos, as histórias e as estórias daqueles que connosco se cruzam, muitos de nós vivem é em rapport com os seus portáteis, smartphones, ipads, iphones e outros equipamentos cujos nomes eu até eventualmente desconheço. Uma coisa é usar estas preciosas ajudas e com elas criar melhores resultados com menos esforço; outra, bem diferente, é ser dependente delas de tal forma que tudo o resto se eclipsa, deixando um buraco nas relações humanas.

Nunca como agora se assistiu a um tão grande desligamento do momento presente. Nunca como agora se assistiu também a um tão grande esforço de resgate dessa reconexão com a “realidade em directo”, sobretudo por parte de alguns adultos.

Meditação, ioga, mindfulness, entre muitas outras disciplinas, têm tentado fazer-nos voltar a pousar os pés naquilo que está mesmo a acontecer: o “agora” é afinal tudo o que realmente temos. O “ontem” já foi e o “amanhã” ainda não chegou. 

Para uns, o pé estará sempre no passado, na nostalgia do que o Tempo levou e não trará de volta; para outros, os olhos estão postos no futuro e no que ele eventualmente trará. Em ambos os casos não se experiencia o presente. 

Até que ponto podem os nossos relacionamentos ser realmente significativos, a nossa comunicação envolvente e o nosso impacto no mundo efectivo, se nem tempo e espaço mental temos para olhar e escutar com atenção as pessoas que fazem parte da nossa vida?

Nos últimos dias, quantas vezes parou mesmo tudo o que estava a fazer para ouvir o que o seu filho tinha para lhe dizer? Qual foi a última vez que saboreou com atenção consciente um sumarento gomo de laranja? Quando se senta no seu sofá, quantas vezes dirige intencionalmente a sua atenção para aquilo que o seu corpo está a sentir? Quando toma o seu banho, até que ponto usufrui da carícia da água quente na sua pele?
Ao aumentar o nosso nível de autoconsciência e de auto-percepção, a PNL contribui, à semelhança de disciplinas como aquelas que já referi, para nos fazer “estar” e “ser”. Simplesmente estar e ser. E com isso o Tempo expande, os nossos sentidos aguçam-se e a nossa mente descobre mais e melhores recursos. A nossa vida pinta-se de novas cores!

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