O que é a
Linguagem? Como surgiu e para que nos tem servido? Que impacto podemos causar nos
outros com ela? Até que ponto estamos conscientes do seu poder oculto,
subliminar e muitas vezes inconsciente, nos nossos resultados e nos daqueles
que connosco se relacionam?
Para a PNL as
questões ligadas à linguagem verbal sempre foram de uma enorme importância.
Datam dos seus primeiros passos enquanto ciência e arte, ainda nos anos 70, os
estudos feitos em torno da mestria de actuação de nomes como os de Virgínia
Satir, uma conceituada psicoterapeuta familiar, oriunda dos EUA (1916 - 1988).
Muito ligada às constelações sistémicas, fica para a história a forma notável como
ela conduzia as suas consultas. Através do questionamento sistemático e
profundamente respeitoso do que ouvia, o que ela pretendia era criar insights; trazer o seu cliente até à
essência do que estava a dizer, para fora de um quadro de referências apertado
e redutor, causador de estados emocionais desfavoráveis.
Modelado do
trabalho terapêutico desta espantosa mulher e de um outro “monstro sagrado” da
terapia, Fritz Perls, o Meta Modelo da Linguagem foi o primeiro grande material
de estudo da PNL. Na prática, baseia-se na colocação de perguntas, alinhadas de
forma criteriosa para assim tornar o mais claro possível para quem se encontra
numa situação de falta de recursos internos, ou de impasse na tomada de
decisão, as distorções, omissões e generalizações que possam estar a contribuir
para um empobrecedor enviesamento mental.
Nos cursos
que eu própria dinamizo, gosto de comparar este processo com uma grande
pescaria. Pesca de superfície e de profundidade, em alto mar; apanha de informação,
de detalhes, de tudo o que é concreto, específico e tangível. Graças a esta
recolha de informação do que estava a ser esquecido, tomado como universal ou simplesmente
visto de forma retorcida e errónea, a pessoa pode olhar para o assunto que a
preocupa com muito mais clareza. E assim fazer melhores escolhas. Entre muitas
outras, uma das intenções de Satir e Perls era acabar com o poder
ilimitadamente… limitador, das afirmações tidas como definitivas e tantas vezes
expressas pelos Quantificadores Universais. Estes são em PNL as palavras como “sempre”,
“nunca”, “todos”, “nenhum”, “tudo”, “nada”, “ninguém”, entre outras, e que
muitas vezes usamos de forma radical e hiperbolizada. Ou seja, sem admitirmos
excepções. Exemplo: ”Ninguém valoriza
o meu trabalho”.
O carácter
definitivo e sem discussão de uma afirmação destas reduz a pessoa que nisto acredita
a uma situação de impotência total. É como se não lhe fosse mais possível
avançar dali para outro ponto.
Uma boa
forma de “pescar” as excepções e abalar esta crença limitadora seria convidar a
pessoa a ir em busca de situações no seu passado em que essa valorização até se
manifestou, para assim se abrir uma brecha no bunker emocional em que ela, por isto ou por aquilo, se enfiou. “Em que momentos já sentiste que apreciaram o
teu trabalho?” ou “O que é que tu já
fizeste, especificamente, que agradou a alguém?”
Segundo Albert Mehrabian (1939-), um psicólogo
de origem arménia muito ligado ao estudo da linguagem verbal e não-verbal, o
discurso expresso pelas palavras tem apenas 7% de impacto no processo de
comunicação humana. Parece pouco, se olharmos para os números a seco.
O que é um
facto é que esses 7% nos podem transformar em magos construtores ou em bárbaros
destruidores da comunicação, pela forma como chegamos aos outros, apenas com
aquilo que fazemos com as nossas palavras.
E porque
isto de sermos mais especialistas nos outros que eles próprios, não me convence
nem um pouco, deixo aqui um último ponto de reflexão. Que tipo de perguntas
andamos a fazer também a nósi próprios?
Descubra as
diferenças dos insights decorrentes
de perguntas como: “Que mal fiz eu a Deus
para merecer isto?” ou“ Porque raio é
que aquele tipo me fez uma coisa destas?” e “O que é que eu aprendi com isto? e “Como é que eu posso usar essa aprendizagem no futuro?”.
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